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MPRJ identifica casos de tiro à curta distância e decapitação entre mortos da megaoperação no Rio

ATENÇÃO, IMAGENS FORTES: Imagem de drone mostra corpos em sacos no pátio do IML após megaoperação da polícia no Rio Reuters/Janaina Quinet O Ministério ...

MPRJ identifica casos de tiro à curta distância e decapitação entre mortos da megaoperação no Rio
MPRJ identifica casos de tiro à curta distância e decapitação entre mortos da megaoperação no Rio (Foto: Reprodução)

ATENÇÃO, IMAGENS FORTES: Imagem de drone mostra corpos em sacos no pátio do IML após megaoperação da polícia no Rio Reuters/Janaina Quinet O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) encontrou indícios de mortes com características “fora do padrão de confronto” entre os 121 corpos dos mortos durante a megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, no último dia 28 de outubro. Um relatório técnico obtido pela TV Globo revelou que os peritos identificaram ao menos dois casos atípicos, sendo um cadáver com marcas de tiro à curta distância e outro com sinais de decapitação. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias do RJ em tempo real e de graça Segundo o documento, elaborado pela Divisão de Evidências Digitais e Tecnologia (DEDIT/CI2) do MPRJ, as necropsias foram acompanhadas por técnicos do órgão no Instituto Médico Legal Afrânio Peixoto (IMLAP) entre os dias 28 e 30 de outubro. A equipe observou que todos os mortos eram homens, de 20 a 30 anos, com ferimentos compatíveis com munições de alta energia, típicas de fuzis, mas destacou que os dois casos destoavam do padrão. “Um corpo apresentava lesões com características de disparo de arma de fogo à curta distância (...) Outro corpo possuía lesão produzida por projétil de arma de fogo à distância, porém apresentava, adicionalmente, ferimento por decapitação, produzido por instrumento cortante ou corto-contundente", dizia um trecho do relatório. Chuva de tiros’: imagens registram intensa troca de tiros por 62 segundos durante megaoperação no Rio Os promotores sugerem uma “análise minuciosa” das imagens das câmeras corporais dos agentes que atuaram na Operação Contenção, além do escaneamento do ambiente do confronto, para esclarecer a dinâmica das mortes. Roupas camufladas, munição e drogas O relatório do MPRJ informou ainda que a equipe técnica acompanhou todos os 121 exames de necropsia, com 378 varreduras técnicas de documentação pericial e escaneamento corporal digital. A atuação do órgão teve o objetivo de observar lesões que fugissem ao contexto esperado de confronto armado. A maioria dos corpos vestia roupas camufladas, coletes e botas operacionais, roupas associadas ao combate, e alguns carregavam munição, drogas e celulares nos bolsos. Operação contra o Comando Vermelho: corpos encontrados na mata são levados para a Praça da Penha Jornal Nacional/ Reprodução Muitos corpos tinham tatuagens ligadas a facções criminosas. Ainda assim, o relatório reforçou que o achado de disparos à curta distância e de decapitação “destoava das demais lesões”, sugerindo que nem todas as mortes ocorreram sob as mesmas circunstâncias. O MPRJ ainda aguarda a conclusão dos laudos periciais e a identificação oficial dos corpos para correlacionar os achados com os registros de cada vítima. Megaoperação com 121 mortos A Operação Contenção, deflagrada no dia 28 de outubro, reuniu cerca de 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar e resultou em 121 mortos, entre eles quatro policiais. Outros 113 suspeitos foram presos e 93 fuzis apreendidos, segundo balanço oficial. Foto de drone mostra fila de corpos estendidos em praça no Complexo da Penha, no Rio. Reuters/Ricardo Moraes A ofensiva, que mirou o Comando Vermelho (CV) nos complexos do Alemão e da Penha, provocou uma série de retaliações coordenadas por criminosos, com bloqueios em vias expressas como a Linha Amarela e a Grajaú-Jacarepaguá. O município do Rio chegou a entrar em estágio operacional 2, e o transporte público foi paralisado em várias regiões. De acordo com o governo estadual, a ação foi planejada para conter o avanço da facção. O secretário de Segurança Pública, Victor Santos, afirmou que “a operação foi necessária, planejada e vai continuar”.